segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O peixe!

Vivia livre, sem maiores preocupações a não ser de lembrar de todas as quintas comprar ração para o peixe. Andava a cidade como se estivesse descobrindo o mundo a cada esquina, sem que ninguém soubesse de suas descobertas. Para si era a maior, aquela que podia enfrentar tudo e todos.

Eis que surge o inesperado, eis que surge o Amor. O sentimento capaz de matar de fome, matar de sono. Sentimento que jamais sentira. Perdeu o chão, perdeu o motivo de viver. Mas com todos os sofrimentos sabia que era algo bom, algo para o futuro, de fazer sonhar, de fazer planos.

Se escolheram em milhares de olhares, em várias paixões , se entregaram de corpo , alma e coração. Deram sinal de avanço, partiram para o inusitado, foram desbravar o desconhecido, juntas.

Já não existia mais um ser, agora tudo era no plural. Nossa vida, nosso amor, nosso peixe. Esse amor já não cabia mais no peito, elas dividiam esse amor entre elas, pois era perfeito, a moral da história eram elas.

Os opostos, mas a estrela de uma que guiava a outra e visse e versa. A inspiração de tudo, do respirar, inspiração da vida. Eram o desejo em um casal. Era ela todos os ritmos em um, a sincronia perfeita, o amor de toda a vida.

Podem até não estarem juntas, mas se esperaram como disse Hérmia a Lisandro em “sonhos de uma noite de verão” : “como sonhos, pensamentos, suspiros, dores, lágrimas, do pobre amor são companheiros certos”. Se amam só isso basta.

O peixe acompanhava tudo, sabia de tudo, tudo via, mas pouco fazia, a não ser nadar em círculos, assim como o romance das duas. Esse amor tinha um nome, um signo, uma data, músicas diversas e cores, muitas cores, estavam em uma cilada.

E essa história o que tem a ver com a vida, e com esse horário? Não sei to bêbada, bebidas das vida, ilusões do coração!